Rendeiras, crocheteiras e artesãs do bilro ensinam suas experiências aos estudantes

Nesta quinta-feira (23), às 9h, artesãs cearenses do bilro, da renda e do crochê encontram os estudantes do curso de Moda do Senac durante o Encontro Sesc Povos do Mar. A roda de conversa sobre Linha, Tecido, Tramas e Bordados acontece no Sesc Iparana Hotel Ecológico, em Caucaia, com mediação da instrutora Lindimárcia Ramires de Almeida, e vai aproximar a experiência de mulheres que aprenderam o ofício do artesanato tradicional com os futuros estilistas do Ceará.
O Sesc, Serviço Social do Comércio, apoia as artesanias feitas pelas comunidades litorâneas do Ceará e identifica os tipos de manufaturas típicas de cada cidade. O Senac, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, valoriza o ensino das tradições cearenses aos seus alunos. As duas instituições integram o Sistema Fecomércio Ceará, mantenedor destas iniciativas de difusão cultural.
Muitas artesãs presentes do Encontro são mestras da cultura, reconhecidas pelo saber adquirido ao longo de anos de prática no ofício de bordar a renda, tão apreciadas pelos turistas e motivo de orgulho para o povo cearense.
Mestra Francisca vem da cidade de Cascavel mostrar o bilro praticado na praia de Balbino, onde mora. Raimunda Lúcia explica como a renda está sendo inovada ao longo do tempo. De Jericoacoara, a artesã Janiele da Silva demonstra as peculiaridades do crochê feito nesta localidade que é um dos destinos turísticos mais procurados do mundo.
O poder das mãos
Um dos convidados para a roda de conversa é o designer de moda David Lee, formado pelo curso de Desenho de Moda do Senac Ceará. Em fevereiro de 2019, David representará o Brasil no International Fashion Showcase (IFS), em Londres.
O crochê é o ponto forte da coleção que o designer apresentou para apreciação da London College of Fashion. “Viram como algo único e original. Acredito que algo feito pelas mãos emana uma energia, o saber manual não pode ser ultrapassado”, explica David, que tem uma parceria com a crocheteira Cristina Maia, também participante da roda de conversa no Encontro Sesc Povos do Mar amanhã (23/8).
David percebe que este contato com artesãs têm enriquecido sua criação e que as heranças culturais incorporam originalidade às peças. “temos muito a aprender com essas pessoas, principalmente no trabalho das mulheres, que têm cuidado e afeto no seu fazer”, diz ele.
Serviço
Encontro Sesc Povos do Mar
Roda de Conversa Linha, Tecido, Tramas e Bordados
Data: 23 de agosto
Horário: 9h
Local: Sesc Iparana Hotel Ecológico (Rua José Alencar, nº 150 – Praia de Iparana – Caucaia-CE)
Mais informações: http://www.sesc-ce.com.br/povos-do-mar-heranca-nativa/

Sobre os 70 anos do Sistema Fecomércio
Após o período da Segunda Guerra o Brasil passou por grandes desafios. O Estado não conseguia atender à crescente demanda por serviços sociais, nem acompanhar o novo contexto do mercado de trabalho. Deste modo, em maio de 1945, representantes empresariais da indústria, comércio e agricultura, realizam em Teresópolis, a primeira Conferência das Classes Produtoras (CONCLAP). Nesse encontro elaboram uma proposta ousada de custeio dos serviços sociais e da educação profissional para os trabalhadores com recursos das classes patronais. A Carta da Paz Social foi o documento que formalizou as diretrizes para o desenvolvimento econômico com justiça social. Nascia assim, a partir da iniciativa do empresariado, o Sistema S, o maior Sistema de desenvolvimento social do mundo.
No Ceará, em 16 de março de 1948, o empresário Clóvis Arrais Maia fundou a Federação do Comércio com a finalidade de unir lideranças do setor para colaborarem com a educação profissional e a qualidade de vida dos trabalhadores. No mesmo ano, a Fecomércio implanta o Sesc e o Senac instituições mantidas pelos empresários do comércio que ofertam serviços sociais e educam para o comércio de bens, serviços e turismo.