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Senac Ceará participa do 3º Festival da Farofa do Opanes e produz Paçoca de Frutas
Nesta sexta-feira (24), os clientes do restaurante do Sesc na Escola de Gastronomia e Hotelaria do Ceará poderão degustar novos sabores no almoço. Será servida a Paçoca de Frutas. A receita é vegana e agrega, ao preparo tradicional, casca de manga e fibra de caju. A ação resulta da participação do Senac Ceará no Observatório do Patrimônio Gastronômico do Nordeste (Opanes), que nesta data realiza o terceiro Festival da Farofa.
Neste evento, observadores renomados e talentosos do Nordeste apresentarão suas criações únicas, transformando ingredientes locais em verdadeiras iguarias. Para ver, aprender e depois preparar para degustar, basta acompanhar a live que será transmitida nesta sexta-feira (24), às 11h, no canal do Observatório no YouTube (bit.ly/canal-opanes).
Paçoca de Frutas
Integrante do Observatório do Patrimônio Gastronômico do Nordeste e Espírito Santo (OPANES), que propõe como tema dos trabalhos desse ano as frutas, o Senac Ceará desenvolveu uma farofa que agrega casca de manga e carne de caju. As responsáveis pela pesquisa e receita são as instrutora Uiara Martins e Nilza Mendonça. Vale destacar que Nilza é pesquisadora de insumos regionais, tendo publicado o livro Em Busca dos Sabores Perdidos (Editora Senac Ceará) que inclui informações sobre o caju.
“A escolha, testes e produção desse produto tiveram como premissas a valorização de insumos tradicionais, bem como a preocupação em dar usufruto a alguns alimentos que comumente não compõe a alimentação humana e podem ter um grande aproveitamento, trazendo não só benefícios nutricionais, mas econômicos e socioculturais”, explicam as instrutoras em documento enviado para o Opanes.
Elas complementam: “Nesse contexto, a escolha do pedúnculo do caju foi feita por ser um produto que, quando não é desperdiçado, é utilizado para alimentação animal. Vale lembrar que o Ceará é grande produtor de cajuína e de polpas, produzindo assim muitos quilos de fibras de caju. Essa fibra depois de processada torna-se um produto neutro e multiuso para preparações gastronômicas salgadas e doces. No caso da paçoca, ela substituirá a carne”.
A manga, por sua vez, foi escolhida para dar usufruto à casca que, geralmente, é desperdiçada. A casca é seca e utilizada em forma de farinha para conferir, juntamente com o caju, maior riqueza nutricional e sabor diferenciado. A produção segue o processo da paçoca tradicional produzida no Ceará, utilizando insumos tradicionais como manteiga da terra, coloral e farinha de mandioca.
“É fundamental pensarmos na questão sustentável no uso das frutas, por isso nossas instrutoras optaram por alimentos do nosso território, tradicionais, que trazem impacto econômico e que podemos trabalhar o aproveitamento integral”, destaca a consultora de produtos educacionais do Senac Ceará, Vanessa Santos.
Sobre o Opanes – O Opanes, Observatório do Patrimônio Gastronômico do Nordeste, é uma iniciativa inovadora liderada pelo Senac, dedicada a explorar e preservar as ricas tradições culinárias do Nordeste do Brasil. Por meio de pesquisas aprofundadas e documentação detalhada, o Opanes investiga as diversas cadeias produtivas, sistemas alimentares e ingredientes que fazem parte do patrimônio gastronômico da região. Além disso, o observatório valoriza técnicas culinárias tradicionais e promove um olhar crítico sobre questões fundamentais como sustentabilidade, soberania alimentar e segurança nutricional, contribuindo assim para a preservação e promoção da rica diversidade culinária do Nordeste.
O Opanes não apenas celebra a autenticidade dos alimentos e preparações, mas também se dedica a educar e inspirar, fornecendo recursos valiosos para projetos educacionais e experiências pedagógicas. Ao reconhecer a importância da relação entre o homem e o meio ambiente na culinária, o OPANES desempenha um papel fundamental na promoção da cultura alimentar sustentável e na preservação das tradições gastronômicas únicas que tornam o Nordeste do Brasil tão especial.
Em conjunto com os observadores dos estados participantes, anualmente o observatório escolhe uma temática para que sejam desenvolvidas as observações, pesquisas, preparações, eventos, dentre outros. Os observadores encontram-se se semanalmente para partilhar e discutir as suas observações sobre os temas propostos, assim como são responsáveis por fazerem a difusão do conhecimento e de tudo o que é trabalhado ao longo do ano, em seu estado.
Em 2023, o tema escolhido foi Frutas e os pesquisadores discutiram sobre a variedades de frutas locais, aquelas que são comercializadas, bem como aquelas que são tradicionais, mas não são mais consumidas. Observa-se e discute-se ainda sobre frutas que não são nativas, mas que estão presentes no cotidiano alimentar por conta dos acessos criados pela globalização, dentre outros fatores. Os resultados desse processo, unidos a realização de festivais como a Farofa Opanes e o Doce Natal, serão compilados em uma publicação sobre o tema em questão, que abrange todos os estados participantes.